
Na última semana foi realizado em Florianópolis, o Summit Cidades que se consolidou como maior encontro sobre cidades e desenvolvimento urbano do Brasil e um dos mais relevantes da América Latina. Realizado no CentroSul e promovido pela Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese), o evento reuniu gestores públicos, especialistas, empreendedores e representantes da sociedade civil em uma programação intensa com mais de 660 atividades, entre painéis, congressos, oficinas e palestras.
Entre os participantes estava o vereador Cabo Alonsimar, que representou o município de Campos e participou de diversas atividades com foco em políticas públicas e inovação na gestão municipal. Durante uma das palestras, voltada à saúde da mulher, o parlamentar, que é técnico em enfermagem se deparou com dados e informações que o levaram a investigar a situação do município nessa área.
A palestra da enfermeira Letícia Fumagalli, especialista em saúde da mulher, apresentou diretrizes e metas da OMS e do Ministério da Saúde para a prevenção do câncer de colo de útero. Intrigado com os dados, o vereador buscou ajuda da profissional para consultar os indicadores de Campos, e o que encontrou foi um cenário preocupante, com cobertura abaixo do recomendado.
Segundo os registros do sistema oficial, Campos realizou 9.824 exames de Papanicolau em 2021, 9.800 em 2022, 7.637 em 2023, e em 2024, um dado possivelmente equivocado aponta para 276 mil exames, número considerado irreal. Em relação às mamografias, os registros mostram 7.000 em 2021, 11.235 em 2022, 9.239 em 2023 e 8.980 até agora em 2024.
A situação é ainda mais grave quando se observa os números relacionados à colocação de DIU (Dispositivo Intrauterino), importante método de planejamento familiar: apenas 4 procedimentos em 2021, 7 em 2022, 5 em 2023 e novamente 4 em 2024.
Na tribuna da Câmara Municipal, o vereador expressou indignação e preocupação com os dados, anunciando o envio de um ofício com questionamentos à Secretaria de Saúde. “Estou perguntando, por exemplo, quantas UBSs têm estrutura adequada para coleta do Papanicolau, se há déficit de materiais, se existem equipes treinadas para colocação de DIU, e qual é a meta municipal para 2025”, afirmou o parlamentar.
O vereador também destacou as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para erradicar o câncer de colo de útero como problema de saúde pública até 2030 — o que inclui vacinação em massa contra o HPV, exames de rastreio com tecnologia de ponta e tratamento eficaz das lesões.
Alonsimar lembrou que o Ministério da Saúde já anunciou que o teste molecular de DNA-HPV substituirá progressivamente o Papanicolau no SUS a partir de agosto deste ano, o que representa um avanço na detecção precoce do vírus.
“Volto do Summit Cidades com mais conhecimento e uma preocupação urgente. A saúde da mulher é o pilar da saúde da família e precisa ser tratada com prioridade. Esse tema me tocou profundamente e já estou trabalhando para buscar respostas e propor ações legislativas concretas”, concluiu o vereador.