
Em coletiva realizada na 134ª Delegacia Policial do Centro de Campos, a Polícia Civil esclareceu detalhes da “Operação Pleito Mortal” que resultou na prisão do vereador de Campos, Bruno Pezão (PP). A ação policial, em conjunto com o Ministério Público e a Seap, foi realizada na manhã desta quarta-feira (18) com o objetivo de cumprir oito mandados de busca e apreensão relacionados a um homicídio praticado no último dia 19 de julho, na Baixada Campista.
Por que Bruno Pezão foi preso?
Segundo informações da Polícia Civil, Bruno Pezão foi preso pelo crime de lavagem de dinheiro. Foram apreendidos R$ 663.646 em espécie, além de cheques e notas promissórias que totalizaram um montante de R$ 469.011, em dois endereços ligados a Pezão, um na área Central de Campos e outro na localidade de São Sebastião de Campos. Além disso, uma arma de fogo, um simulacro de arma de fogo e diversos celulares foram apreendidos na operação.

A pistola calibre 380, encontrada em um endereço ligado a Bruno Pezão, tinha documentação registrada. Portanto, o vereador não irá responder pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Todavia, os agentes fizeram questão de ressaltar a importância da apreensão da arma, porque os projéteis arrecadados dos disparos do homicídio eram de calibre 380. Agora será feito um exame de confronto balístico para saber se partiu ou não dessa arma os tiros que mataram a vítima.
De onde vem o dinheiro apreendido?
Com relação ao uso do dinheiro, a Polícia Civil segue investigando. No entanto, há suspeitas de que ele seja proveniente de algumas extorsões, ligadas ao tráfico de drogas, que atingem moradores e comerciantes neste ano na Baixada Campista. A possibilidade de compra de voto também é investigada.
Qual homicídio é esse?
Todos os alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quarta-feira (18) estão sendo investigados pelo homicídio do cabo eleitoral identificado como Aparecido Oliveira de Morais, conhecido como “Aparício”. Ele foi morto a tiros no último dia 19 de julho na Estrada de Campo Novo, na Baixada Campista.
Segundo informações apuradas com a Polícia Civil, a vítima era ex-cabo eleitoral e tinha domínio em dois colégios eleitorais, os de Valeta e Venda Nova, ambos em Campo Novo. Ainda de acordo com a Polícia, antes de ser assassinado, a vítima tinha selado acordo político de apoio, na época, ao pré-candidato a vereador Diego Dias, concorrente de Bruno Pezão.
A Polícia Civil informou ainda que Bruno Pezão, na véspera do homicídio, fez uma reunião política, em um comício eleitoral em Campo Novo, no qual há vídeos que comprovam a participação de “Ricardinho”, chefe do tráfico da localidade, diretamente de dentro da cadeia, em Bangu.

Além disso, a delegada Natália Patrão disse que no ano de 2014, Aparecido tinha sofrido uma tentativa de homicídio com 3 termos de declaração prestados na Delegacia do Centro de Campos dizendo que o traficante “Ricardinho” tinha tentado matá-lo.
Apesar de todas hipóteses esclarecidas pela Polícia Civil ainda não há um tópico em específico que possa ser tratado como motivação do crime.
Os investigados
Além de Pezão, outros aliados do vereador são alvos da ação policial, como seu Chefe de Gabinete, Diego Maciel, seu assessor Adriano Piedade, além de Raphael Mendonça dos Santos, Uelinton Barreto Viana, conhecido como Hulk e um chefe do tráfico que está preso desde julho de 2010, o José Ricardo Rangel de Oliveira, vulgo Ricardinho.
Ao todo foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bruno Pezão, como na sua casa, no seu comitê de campanha e nas residências de outros suspeitos. Um desses mandados, inclusive, foi cumprido no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde o chefe do tráfico “Ricardinho” está preso desde 2010.
Quem são os mandantes e executores do crime?
Em resposta a equipe de reportagem do Manchete RJ, a Polícia Civil alegou que esses detalhes ainda estão em investigação. Entretanto, todos os alvos da operação são suspeitos de envolvimento no homicídio de Aparecido.
Novos desdobramentos
Após ser preso em flagrante, Bruno Pezão será encaminhado para a Casa de Custódia de Campos. Além disso, toda investigação da Polícia Civil e do Ministério Público será encaminhada aos promotores eleitorais da cidade de Campos para que eles adotem medidas cabíveis aos fatos. Existe a possibilidade de cassação do vereador nas próximas semanas.
Durante a coletiva, a delegada Natália Patrão também ressaltou a relação entre a política e o tráfico local, após a prisão de Pezão. Confira o relato (AQUI)!
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